domingo, 5 de dezembro de 2010

Quando as flores secam.

Foi quando você me deu flores que eu me apaixonei por você.
Cultive o seu jardim.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A beleza do silêncio


O silêncio comporta todos os sentimentos do mundo.
É no silêncio que as declarações de amor são ditas
O ar que preenche o espaço entre duas pessoas guarda segredos, é toda uma atmosfera energética que diz que o olhar fixo é pura cumplicidade. E a companhia do outro é a sua própria paz interior, é o silêncio calando todas suas ansiedades, enfim... Eis serena tua alma.
Durante tantos anos eu senti que essa coluna de 'nada' entre nós, pesasse como se eu estivesse sendo soterrada por concreto. E o sofá da sala transformava-se em um corredor enorme sem mobiliário ou crianças correndo;eu era só reflexão e pesava em mim todo o peso dessa distância mal entendida.
As anos voaram e eu já não tenho cachinhos como os seus. Mas você continua sentado do lado direito da sala, me esperando com aquele sorriso, aquele 'sorriso bobo parecido com soluço' e assim, eu continuo sendo aquele menina que você ensinou a andar de bicicleta.
Eu amo seu jeito desconsertado e os seus abraços tímidos...
E hoje ao seu lado, quando reina o silêncio: idolatro-o; Pois é ai que estamos nós dois, entendendo a alma de cada um na paz das nossas respirações calma. Só nos restam os olhares que falam pelos nossos corações.
Te amo Pai.

Obs.O nome dado pra imagem do post foi: "Deus criou o silêncio"

sábado, 28 de novembro de 2009

o espaço


Pensei que o muro entre nossos olhares causasse suficiente dor. Mas este espaço vazio, preenchido de ar é a angústia sublime, disfarçada de silêncio.
O coração torcido como se fosse um pano molhado já se acostumou a parar a cada flash de lembrança que cruza minha mente: Te vejo na cozinha fazendo pão na chapa e na passadeira...Te vejo no banheiro sujo de pasta-de-dente e na sala apertado em meus braços, no quarto são só olhares, eu lembro daquelas lágrimas.Está gravado na minha mente... até posso ouvir vc sussurando em meus ouvidos, beijando minha testa, acaraciando minhas costas. Eu posso ver o desenho das suas veias saltadas,todas as cores dos seus olhos que ficam pequeninos qndo vc sorri.
Posso sentir a intensidade de cada momento compartilhado, de cada monguisse, de cada palavra dita. Anestesiada imagino pq este espaço tem q ser tão grande... Se nosso amor não conseguirá preenche-lo.
(ainda há flores...)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Discípulos de Caeiro


Talvez agora eu entenda um pouco de Alberto Caeiro e da sua obsessão pelos prazeres dos sentidos e pela negação da razão.
Ei, você leitor, já viu um pôr-do-sol na praia com todas as cores dilarecadas nos alaranjados do horizonte? Já presenciou a chegada silenciosa e os ruídos do vento morno que antecede uma chuva de verão? Você, que nunca foi beijado pelo vento, acariciado pelo sol ou acalentado pelo canto dos pássaros; Jamais entenderá a delícia e plenitude de estar em sintonia tão fina com o Nada. Esta doce e completa falta de sentido. É um vazio tão cômodo que me invade quando estou assim, de mãos dadas com Deus, na verdade dá-se o nome de vazio à paz sublime, ao interior tão cheio de tudo por ser a simplicidade do agora, do único, naturalmente inebriante.
Seus olhos que, acostumados à processar as imagens caóticas: de carros aos milhares, prédios atravessando nuvens, sujeira, poluição , pichação; Ficam anestesiados com a imensidão incomparável que se entende por entre copas e flores. Seus ouvidos que, acostumados à ser bombardeado com notícias de novas guerras que explodem , assassinos que desafiam ainda mais a incoerência do serhumano(!?), buzinas, multidão; Ficam imediatamente relexados pela leveza do sussuro do vento , da conversa doce e fina da maresia. Seu nariz, que sujeito à bronquites, sinusites e 'poluite'; Ficam eternecidos com os aromas puramente únicos; desprovidos de queimas fósseis, de escapamentos ou chaminés.
Um estranho no meio do mundo.Meus sentidos ficam dopados e assim deixam-me também.
Paralisada, sou as multicores de emoções que ficam interiorizadas.Sou sentimentos ocultos não verbalizados.Sensório.
Assim, torno-me muda aos meus próprios questionamentos, às minhas próprias angústias. E esqueço de ambições, de amores, de problemas. Me esqueço de lembrar. Esqueço-me de voltar. me Esqueço-me ali.Perdida em um olhar.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

tempotempotempo(...)


O Tempo é efêmero
o relógio. sol. a terra. o céu
movimentos
instantes que não voltam mais
a lembrança
a doce festividade interior
paralisa os sentidos
enobrece a memória
Tempo é relativo
invisível
é beijo do vampiro.
Tempo é conforto das tempestades negras
é eternidade das desiluões
e dos apaixonados
Tempo é temor das gerações
pesadelo dos vaidosos
a transição
ciclo
passadopresentefuturo
Tempo é invenção do serhumano
para ser recomeço, para virar parâmetro
para virar teoria
preocupação.
Tempo renova
não dá brecha pra repetições
inventa sonhos
reinventa conceitos
torna-te o seu prórpio desconhecido
faz-se novo, doce e estranho
Caras que distribuimos à ele
são as formas como veremos
o passo passar
o ônibus chegar
o farol acender
e o carro ultrapasssar o mundo
Tempo
é passível de desejo
ansiedade
carinho
Sem começo nem fim
tempo é toda hora
é ampulheta do jogo
de mímicas inimitáveis
Na parede da cozinha,
é cheiro de bolo
Na escrivaninha do escritório;
é produtividade capitalista
No sol é dia,
Na noite é imensidão.
Tempo é brisa hoje
mais amanhã será ventania varrendo
o arquivo da sua vida

Tempo?(...)
Cabe em reticências
(...)

sábado, 27 de setembro de 2008

litorâneo*


~
O mundo rompe em seu constante desassosego
olhos ansiosos
procurando passos perdidos na areia
Seus dissabores levam o mar
e os cabelos esperam as carícias do vento
Entregando-se toda, ela é a parte
vivida
da vida
encontrada
em tudo
que só é sentir
gostos e sabores mentais
deleitam o tempo
que já não é mais:
se foi, disfarçado
de horizonte multicolorido.

Tatiane Ribeiro~

sábado, 30 de agosto de 2008

a falta presumi o ocaso~

Eu não sonho com você.
Você é uma saudade nostálgica toda particular e consumista
que circunscreve os meus segundos vazios de afagos.
A mentira mais gostosa.
O amor do tamanho do dia;
Dias que resumem as cores do ocaso.
Cores que não precisam ser a do verão: eu sei que elas coexistirão com o sol
O infinito são os olhares e os beijos.
Conheço-te a minha maneira
a partir da ilusão de te encontrar fragmentado nos sorrisos de outros.
Pedaços de você espalhados por ai...
Ai se eu pudesse te encontrar completo
pra gente brincar de corromper o tempo!

Tatiane B. Ribeiro~